No processo de organização das ações político-administrativas no período colonial brasileiro, a Coroa Portuguesa permitia a organização de órgãos para resolver os problemas locais. Entre essas instituições, estavam as Câmaras Municipais, que tinham a missão de controlar as rendas e gastos da administração pública, regulamentar as atividades comerciais, cuidar da preservação do patrimônio público, realizar obras, entre outras tarefas. Com o objetivo de deixar registrados alguns dados sobre a memória do legislativo sanjoanense, a Câmara de Vereadores acaba de publicar o livro “Subsídios para a história da Câmara Municipal de São João da Barra”.
Escrito pelo pesquisador Fernando Lobato, o livro será distribuído nas escolas e órgãos públicos do município. Além disso, terá também uma versão digital, que estará, em breve, disponível no site da Câmara (www.camarasjb.rj.gov.br) para download. Para a pesquisa, Lobato consultou as obras de Fernando José Martins, Alberto Lamego, Julio Feydith, João Oscar do Amaral Pinto, Carlos A. A. de Sá e Manoel Martins do Couto Reys (cartógrafo que visitou e estudou a região). “Também foi imprescindível a coleção do Almanaque Agrícola e Industrial, de Eduardo e Henrique Laemmerth, e as revistas FonFon e Tico-Tico”, citou. Funcionários da Câmara, parentes, contemporâneos dos citados na obra, amigos e professores também colaboraram.
Apreciador da História, o presidente da Câmara, Aluizio Siqueira, conta que sempre teve vontade de ver preservado, o passado do legislativo. Veio daí a ideia de fazer o livro. “Falar da Câmara e poder conhecer ainda mais a sua história, enche meu coração de alegria. Nas páginas do livro, encontraremos fotos, gravuras e detalhes minuciosos e, com certeza, repletos de cultura e beleza. Fico feliz por deixar essa contribuição em minha legislatura”, destacou.
Conteúdo - Na obra, o leitor vai encontrar, por exemplo, dados sobre as visitas feitas pelo imperador Dom Pedro II e outros membros da família imperial; os nomes dos vereadores de 1677 até os dias atuais; fotos históricas, biografia dos ex-presidentes, dados sobre as mulheres que foram vereadoras; leis dos séculos XVII, XVIII e XIX; estatística dos crimes, além de fatos curiosos, como um pesado imposto que os habitantes tinham que pagar para donativo do casamento dos príncipes portugueses e espanhóis, filhos dos soberanos governantes (isso a partir de 1727). É que, no passado, as Câmaras desenvolviam o trabalho do Legislativo, Executivo e Judiciário.